Nosso Blog

Marketing em mídias sociais para bibliotecas: por onde começar?

A pandemia pegou muitos colegas da Biblio de surpresa. Diante desse novo cenário, em que nossas atividades presenciais foram suspensas e o contato com os usuários ficou restrito aos meios digitais, muita gente recorreu às mídias sociais para informar ao público a cerca do funcionamento das bibliotecas, bem como dar suporte para as demandas informacionais que surgiram.

É inegável que essas ferramentas foram e ainda são essenciais para manter o relacionamento com os usuários para além das paredes das nossas instituições.. mas será que estamos utilizando de maneira estratégica e profissional? Ou apenas postando conteúdo para cumprir tabela, de forma aleatória e sem critério?

Foi pensando nisso que resolvi dar vida a uma série de conteúdos fundamentais sobre marketing em mídias sociais e posicionamento digital, por meio de posts aqui no blog e também de aulas da ESCOLA BIBLIO SOCIAL MEDIA.

Esses conteúdos são para ajudar os bibliomigles que caíram de paraquedas no universo do marketing digital, querem muito aprender e adquirir conhecimentos sólidos, mas não sabem por começar.

Se acalmem, que a tia May está aqui para ajudar vocês 🙂

E para iniciar essa série de conteúdos, eu trouxe algumas ideias iniciais, para que possamos abrir a nossa mente e ter um olhar diferente a respeito do que é de fato o Marketing em Mídias Sociais para bibliotecas.

Vamos lá?

O que é Marketing?

De acordo com Philip Kotler, a maior referência nesta área, Marketing “é um processo social pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação, da oferta e da livre troca de produtos de valor entre si”.

É partir dessa definição que podemos identificar pelo menos 4 aspectos essenciais: pessoas; necessidades e desejos; produtos; oferta e troca.

Pessoas

Se o Marketing existe como um processo social, logo só pode ser feito de pessoas para pessoas, independente se essas pessoas representam interesses individuais, coletivos, empresariais ou institucionais.

Por isso, conhecer o público-alvo é o ponto principal de qualquer estratégia de Marketing, pois somente a partir disso é possível trabalhar os demais aspectos.

Necessidade e Desejo

Este aspecto diz respeito às necessidades humanas básicas, como sobrevivência, socialização, recreação, educação etc. Já os desejos são direcionados àquilo que é capaz de satisfazer quaisquer uma das nossas necessidades.

Por isso, Martha Gabriel vai falar que o Marketing não cria necessidades, isso é um tremendo engano! O que ele faz é criar produtos e serviços que atendam a essas necessidades e sejam, por consequência, objetos de desejo do público.

Produtos

A partir da identificação das necessidades e dos desejos, é possível criar e ofertar produtos condizentes com aquilo que o público-alvo espera satisfazer.

E nem sempre esses produtos são bens tangíveis: podem ser serviços, experiências, lugares, informações etc.

Oferta e troca

Se determinado produto ou serviço atende de forma satisfatória ao público a que ele se destina, é definida uma proposta de valor para mensurar o nível da oferta e como se dará os processos de troca de valores entre as partes envolvidas.

Nem sempre isso se dará em forma de transações financeiras, como no caso das bibliotecas. O que pode acontecer é troca ser em forma de outros produtos e serviços ou até mesmo como capital social.

E como trazer isso para a realidade das bibliotecas?

É aqui que eu gosto sempre de lembrar que nós temos na Biblioteconomia e na Ciência da Informação a Profª Drª Sueli Angélica do Amaral como a maior referência quando o assunto é marketing em informação.

Ela diz que:

[…] não bastam ações isoladas, pois o marketing é muito mais do que simplesmente vender. É toda uma orientação para a busca do que o mercado deseja, a fim de direcionar a produção para o atendimento da demanda detectada, assim não basta empurrar o produto que temos para quem achamos que dele precisa.”
(AMARAL, 1990)

No entanto, para isso acontecer é preciso estar em contato frequente e bem próximo com o nosso público. E hoje a forma mais eficiente de se fazer isso é através das mídias sociais.

O que são e para que servem as mídias sociais?

Como esse é um tema trabalhado de diferentes aspectos nas mais diversas áreas do conhecimento, é importante que eu ressalte aqui que eu prefiro trabalhar o conceito a partir de uma definição de mídias sociais dada por dois grandes pesquisadores da área de Marketing e Redes sociais, Andreas Kaplan e Michael Haenlein, que dizem o seguinte:

Mídias Sociais se referem aos aplicativos criados no âmbito da Internet, que se fundamentam nas bases ideológicas e tecnológicas da Web 2.0 e que permitem a criação e troca de Conteúdo Gerado pelo Usuário.
(KAPLAN; HAILEIN, 2009, tradução nossa)

A partir dessa definição, podemos identificar 2 PREMISSAS ESSENCIAIS:

  • Criação de conteúdo gerado pelo usuário
  • Interação e socialização

Por isso, o marketing em mídias sociais pressupõe a criação de conteúdo e interação, mas feitos de forma ESTRATÉGICA, com a finalidade de atender às necessidades e desejos do seu público.

Não é só compartilhar um post de vez em quando e achar que tá um sucesso!
Não é repostar conteúdo alheio, sem ter critério!
Não é sobre ter 10 mil seguidores!
Não é limitado a apenas um conteúdo!

  • É sobre ter clareza sobre o que vc quer alcançar!
  • Entender e se relacionar de forma genuína com o seu público!
  • Ter estratégia, objetivos pré-definidos e trabalhar para alcançar resultados!
  • É criar conteúdo de valor para a sua audiência!

E utilizando uma frase célebre do Seth Godin:

É uma chance de servir!
(GODIN, 2019)

Por isso é tão importante que possamos levar essas práticas para as nossas bibliotecas.

Como as bibliotecas podem se beneficiar do marketing em mídias sociais?

Há muitos benefícios que é possível alcançar a partir do uso estratégico do marketing em mídias sociais para bibliotecas.

Uma biblioteca que usa as mídias sociais para estar sempre em contato com o seu público, pode obter feedbacks em tempo real à respeito dos produtos e serviços, bem como das principais demandas das pessoas que ela busca servir.

Essa interação, além de fortalecer os laços com os usuários, também aumenta o valor percebido, gerando reconhecimento e visibilidade para a instituição, uma vez que o alcance de pessoas nas plataformas de mídias sociais é bem maior do que comunicação feito in loco.

É ainda um meio de posicionar a biblioteca como uma marca, que tende a ser lembrada pelas suas características, comunicação, identidade… e não mais como uma instituição sem personalidade, apática e distante do público.

A questão de se trabalhar o Branding em bibliotecas, ou seja, a construção e gestão da marca, já vem sido discutida na área. Indico um capítulo muito interessante do livro Inovação em Biblioteconomia: temas transversais, intitulado BRANDING PARA A CONSTRUÇÃO DE MARCAS EM BIBLIOTECAS, escrito pelo Prof. Dr. Jorge do Prado e pelo Prof. Dr. Adilson Luiz Pinto.

E para finalizar, a economia com os custos de marketing são bem significativas, já que a maior parte das ferramentas são gratuitas e, se bem utilizadas, podem gerar dados métricos importantes para tomadas de decisão.

Caso tenha vontade em aprofundar seus conhecimentos nesse assunto, clique aqui para assistir à aula gratuita MARKETING EM MÍDIAS SOCIAIS PARA BIBLIOTECÁRIAS (ES/OS), do meu projeto Escola Biblio Social Media.

E não se esqueça de se inscrever na nossa lista para receber os avisos sobre novos conteúdos aqui do blog!

Curtiu, migles? Então compartilhe esse conteúdo!

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on telegram