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Marketing Digital para bibliotecas e Bibliotecários

Eu não sei se você reparou, mas muito tem se falado sobre marketing digital nos últimos tempos. Hoje é possível aplicar essa estratégia em praticamente qualquer nicho e tanto instituições quanto profissionais liberais podem colher ótimos frutos se souberem aplicá-la de forma efetiva e estruturada.


No entanto, apesar do marketing ter se popularizado muito, compreendê-lo e aplicar suas técnicas não é algo tão simples quanto parece. É necessário conhecer os termos, dominar os conceitos e estudar as principais referências, para então colocá-lo em prática com mais segurança e propriedade.


E foi pensando nisso que eu decidi desenvolver 7 aulas gratuitas de marketing digital para bibliotecários!


Essas aulas serão direcionadas tanto para aqueles que querem promover a biblioteca em que atuam, quanto para os que buscam mais visibilidade e novas oportunidades no mercado de trabalho.


Esse post faz parte do material didático que nós vamos utilizar na primeira aula, onde serão discutidos aspectos fundamentais do marketing digital, sua trajetória e benefícios.

Então, sem mais enrolação, vamos ao que interessa, pois temos muito ainda a aprender!

O QUE É MARKETING DIGITAL?

Imagine a seguinte situação: Ana é bibliotecária e gestora da biblioteca pública da cidade em que você mora. Ela percebeu que as atividades culturais desenvolvidas pela instituição não estão recebendo tanto público quanto deveriam.


Logo, a nossa colega faz uma pesquisa com os usuários da biblioteca e descobre que 80% dos entrevistados não tinham sequer conhecimento sobre as tais atividades.
Então, ela conclui que necessita promover melhor a biblioteca, para chamar mais usuários e tirar melhor proveito de todo investimento que é direcionado para esse fim.


Mas como fazer isso de forma estratégica e objetiva, sem que isso impacte no orçamento enxuto da biblioteca?


É aí que entra o marketing digital, pois se trata de uma estratégia de gestão, que utiliza o meio digital para promover produtos e serviços de qualquer marca, empresa, instituição ou pessoa, de forma planejada e estruturada, a fim de que seja possível conquistar ao máximo os objetivos almejados.


De acordo com a última edição do Global Digital Report, o Brasil é o segundo país no mundo que mais gasta horas por dia na internet (9 horas e 29 minutos) e em redes sociais (3 horas e 34 minutos).


Além disso, a pesquisa Cultura nas Capitais (2018) aponta que as redes sociais são as principais fontes de informação sobre atividades culturais para pessoas que possuem entre 12 e 34 anos.


Esse público corresponde especificamente às gerações que mais consomem e utilizam recursos tecnológicos: os Geração Y – mais conhecidos como os millenials – e a Geração Z.


Por isso, para entender melhor sobre a importância de aplicarmos as técnicas e estratégias do marketing digital, é necessário resgatar a sua trajetória e compreender todas as suas 4 fases.

TRAJETÓRIA DO MARKETING DIGITAL

Segundo Philipp Kotler, renomado especialista de marketing, desde que as transações comerciais começaram a fazer parte do cotidiano da sociedade, é possível perceber práticas de marketing – mesmo que por muito tempo não fossem conhecidas por essa nomenclatura.


A verdade é que a partir do advento da prensa de Gutenberg no século XV, os materiais impressos proliferaram de forma exorbitante: não só os livros tiveram a sua produção otimizada, mas também é desse período os primeiros registros de anúncios e propagandas impressas.


Apesar disso, somente no século XVII que surgiram os jornais e as revistas – os principais canais de anúncios do modelo de marketing outbound.
Uma forma bastante inteligente dos editores manterem suas publicações rodando era vender algumas páginas para empresas e anunciantes divulgarem seus produtos e serviços.


Marketing 1.0: a Revolução Industrial e os anúncios em massa

Antes de mais nada, é importante ressaltar que a Revolução Industrial, com suas formas de produção em massa, transformou de vez a maneira de fazer publicidade e anúncios.


Nessa época as práticas de marketing ainda estavam muito associadas à Administração Clássica e à Economia, já que havia uma prioridade para a obtenção de lucros.


Na fase conhecida como marketing 1.0, o foco era totalmente no produto. A comunicação era feita de forma unidirecional, o consumidor não tinha poder de negociação e a concorrência era praticamente inexistente.


Além dos jornais e revistas, havia a publicidade feita através de panfletos. No entanto, a distribuição não era algo muito produtivo, já que seria necessário entregá-los um por um às pessoas.


Foi a partir dessa demanda que proliferaram os conhecidos pôsteres em vias públicas – assim a mensagem chegaria a todos que passassem onde eles estivessem colados, de forma mais econômica e produtiva.


Contudo, a grande popularidade dessa estratégia fez com que ela fosse proibida em alguns locais. Há registros de que em 1839 colocar pôsteres em propriedades particulares em Londres chegou a se tornar ilegal!


Então, para contornar essa situação, os anunciantes tiveram a ideia de criar o que hoje conhecemos como outdoors.


Através deles, as propagandas teriam um alcance maior e o impacto seria muito melhor, já que eram vistas de longe e chamavam bastante atenção – tão eficazes que são usados até os dias de hoje.


Entre meados do século XIX e início do século XX, foram desenvolvidos outros meios de comunicação, que também tiveram um reflexo muito grande na forma em que as pessoas anunciavam seus produtos e serviços.

O primeiro deles, o telefone, foi criado em 1876, mas somente em 1946 tornou-se mais popular nos lares americanos. E com isso, surgiram também as famosas práticas de telemarketing (o termo somente surgiu na década de 1970).


Já com a 1ª Guerra Mundial, presenciamos o desenvolvimento do rádio, que no começo dos anos 1920 passou a ser utilizado também para fins informativos e de entretenimento.


Com isso, despontaram ainda os anúncios verbais como forma de patrocinar essas transmissões.

Em seguida, em 1925, ocorre a primeira transmissão televisionada, o que anos depois culminaria em novas práticas de publicidade e propaganda.
Algumas décadas mais tarde, outras tecnologias foram desenvolvidas e transformaria de vez a maneira como os anúncios eram disseminados para o público.


Marketing 2.0: acesso à informação e foco no cliente

A 2ª Guerra Mundial fomentou outra fase de desenvolvimento tecnológico, época do surgimento do celular, do computador pessoal e da internet.


Além disso, o mercado também teve um crescimento bem acelerado, que fez aumentar o nível de concorrência e fomentou diversas pesquisas sobre como atrair e conquistar novos consumidores.

Com a explosão da internet, já na década de 1990, surge a possibilidade de nos comunicarmos em tempo real e em grande escala.

E é claro que os profissionais de marketing enxergaram esse potencial.

Foi assim que em 1994 surgiu o primeiro spam – mensagem comercial de e-mail enviada para uma lista de milhares de pessoas.


As práticas e estratégias de marketing acompanharam os avanços da tecnologia e do comportamento do consumidor, que com mais acesso à informação, passou a ter um posicionamento mais ativo nas transações de compra e venda.


Nessa fase, mais conhecida como marketing 2.0, o foco passa a ser no cliente, que com uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs) consegue pesquisar produtos, comparar preços e decidir por aquilo que melhor vá atender aos seus desejos e necessidades.


O desenvolvimento tecnológico desse período culminou também no surgimento dos blogs, dos mecanismos de buscas e das redes sociais.


E foi aí que as empresas começaram a dar os primeiros passos no que conhecemos hoje como marketing digital, caracterizado pela produção de conteúdo, técnicas de SEO e links patrocinados.


Marketing 3.0: ser humano integral e o coletivo

Já na virada do milênio, a preservação do meio ambiente, a popularização do celular e a democratização da internet foram determinantes para um novo posicionamento das empresas em suas práticas de marketing.


Dessa vez, o consumidor se mostra mais consciente dos seus valores, desejos e aspirações, com o intuito de satisfazer o ser humano integral e o ser social, em detrimento de meras necessidades físicas e imediatistas.


Por mais que possa não parecer, foi nessa fase que de fato o consumidor adquiriu mais autonomia, exigindo mais qualidade e melhor atendimento por parte das marcas.


E é nesse cenário que vemos despontar o marketing 3.0, com a proliferação dos e-commerces e empresas que veem tanto na sustentabilidade, quanto no atendimento personalizado uma vantagem competitiva.


Marketing 4.0: marca e sociedade por um mundo melhor através do marketing digital

Na atual fase do marketing, a transformação digital é parte crucial na estrutura de qualquer marca, empresa ou instituição, assim como já faz parte da vida de cada indivíduo.


Aliás, hoje já é possível compreender que a inclusão social envolve também o acesso à informação e às novas TICs, conforme apontado por Zygmunt Bauman no livro Globalização.


Pessoas, empresas ou instituições que não se apropriam das novas tecnologias, ficam alheios e não participam ativamente da sociedade. É possível até considerar a ideia de marginalização digital.
Por isso, as marcas necessitam acompanhar o desenvolvimento e os novos comportamentos dos consumidores, a partir da mudança de mentalidade, bem como de posicionamento sobre o que é de fato importante na hora criar uma estratégia de marketing.


Além disso, a conectividade é uma característica muito presente nessa nova era e as relações online ditam uma forma horizontal – não mais hierárquica e vertical – das marcas se comunicarem com o seu público.


Os novos consumidores manifestam no digital um novo senso de comunidade e, por isso, sabem da importância de iniciativas mais inclusivas. Todos devem ser ouvidos e têm a mesma importância.


Nesse mesmo caminho, decisões individuais são cada vez mais influenciadas pelas opiniões compartilhadas dentro das comunidades online. Isso ocorre desde simples decisões de compra, até em escolhas mais sérias como foram as nossas eleições.

QUAIS AS VANTAGENS DO MARKETING DIGITAL PARA BIBLIOTECAS E BIBLIOTECÁRIOS?

Apesar do marketing estar muito além de simplesmente “vender algo”, o profissional bibliotecário ainda faz essa associação. Isso já era apontado por Sueli Angélica do Amaral na década de 1990 e esse pensamento persiste até os dias de hoje.


Porém, é preciso frisar que essa estratégia tem um foco muito mais informacional e de relacionamento, pois é a partir do diálogo que acontecem as trocas de informações entre os principais atores desse processo: a biblioteca, o bibliotecário e o usuário.


E os resultados dessa troca só são percebidos quando se estabelecem objetivos claros por meio de um planejamento estrategicamente delineado.


As vantagens na aplicação do marketing digital em bibliotecas são inúmeras, mas as principais são:

  • Visibilidade dentro da instituição a qual ela pertence;
  • Percepção do seu posicionamento pela comunidade;
  • Construção e gestão de marca, tanto no online quanto no offline;
  • Aumento do seu valor percebido;
  • Fortalecimento dos laços com os usuários por meio de um relacionamento constante e segmentado;
  • Economia dos custos com marketing, visto que no ambiente digital é tudo mais acessível;
  • Acompanhamento de métricas em tempo real, o que permite mudanças mais rápidas e precisas.

E no caso do profissional Bibliotecário que deseja ter um projeto próprio na internet?


Os benefícios e as oportunidades também são diversas, dá só uma olhada:

  • Geração de autoridade, uma vez que ele compartilha conhecimento constantemente;
  • Mais visibilidade no mercado de trabalho, já que ele passa a ser mais conhecido pelas pessoas do meio;
  • Maior leque de oportunidades de atuação;
  • Possibilidade de trabalhar como profissional liberal em consultorias, cursos, workshops e ofertas de infoprodutos;
  • Expansão da sua network, o que pode culminar em parcerias e novos relacionamentos profissionais – e também pessoais;
  • Aumento do próprio nível de conhecimento, pois ele terá sempre que pesquisar e estudar para produzir um conteúdo de qualidade;
  • Maior consciência de classe, a partir da escuta e do apoio aos colegas que pode vir a conhecer.

Para obter todas essas vantagens, é preciso conhecer e aplicar com propriedade as principais estratégias utilizadas nos dias atuais.


Só que esse já é um assunto para o próximo post, tá bom?!


Lembrando que esse conteúdo faz parte da primeira aula gratuita sobre marketing digital para Bibliotecários!


Portanto, se você ainda não se inscreveu na nossa lista exclusiva para receber em primeira mão informações e o material de apoio de todas as aulas, clique agora nesse link para se inscrever.


Um beijo e até a próxima, migles!

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