No mundo das bibliotecas, onde o conhecimento é o ativo mais valioso, a leitura se destaca não apenas como uma função do trabalho, mas como um pilar essencial para o desenvolvimento pessoal e profissional de quem dá vida a esses espaços. No entanto, uma realidade preocupante, que retrata não apenas um paradoxo, mas nos faz levantar questionamentos sobre a precarização do trabalho na área, diz respeito a um fato bem intrigante: a pessoa bibliotecária que não lê.
Muitos profissionais da biblioteconomia podem não perceber como a falta de leitura regular impacta negativamente suas capacidades profissionais. Sem a prática da leitura, o bibliotecário pode se encontrar isolado de novas ideias e conceitos, o que afeta diretamente sua capacidade de servir e inspirar a sua comunidade usuária.
Em contrapartida, como encontrar mais tempo para a leitura se temos que lidar com uma rotina cada vez mais desgastante e atribulada? Mesmo conscientes da importância da leitura como instrumento necessário para o desenvolvimento pessoal e profissional, o cotidiano de uma biblioteca (ironicamente) não nos permite ter tempo para isso.
Ainda sim precisamos reconhecer algo muito importante: a ausência de um repertório literário e acadêmico atualizado nos impede de desenvolvermos de forma plena a nossa criatividade e nossa capacidade de propor inovações. Sem nos estar atualizarmos, enfrentamos grandes dificuldades em propor soluções inovadoras para os desafios cotidianos da biblioteca, desde a gestão de acervos até a organização de eventos que atraem e mantêm o interesse do público. A criatividade, alimentada por diversas fontes e tipos de leitura, é crucial para conseguirmos reinventar e adaptar a biblioteca a um mundo em constante mudança.
Considerando esse cenário, outro ponto fundamental é que instigar a prática leitora como um prazer é quase impossível se, no nosso próprio cotidiano, negligenciamos isso. Como podemos inspirar nossos usuários a se tornarem leitores ávidos e conscientes se nós mesmos não formos exemplos dessa paixão pela leitura?
Para enfrentar esse desafio, é essencial que a leitura diversa, prazerosa e de qualidade faça parte da rotina das pessoas bibliotecárias. Este hábito não apenas enriquece o repertório pessoal, mas também se reflete na qualidade dos serviços que desenvolvem em suas bibliotecas. A lógica nos leva a pensar que uma pessoa bibliotecária que lê é mais apta a recomendar livros, organizar atividades que engajam a comunidade e criar um ambiente de aprendizado contínuo e inspirador.
Por isso, na Comunidade Biblio Social Media, criamos o Clube do Livro da Comu. Este clube é especialmente desenhado para incentivar a leitura entre nossos alunos e alunas, propondo obras que são ao mesmo tempo fáceis e prazerosas, mas que carregam profundidade suficiente para enriquecer nosso repertório.
E este ano, nosso encontro ocorrerá a cada dois meses, alternando entre obras literárias, sobre livros e bibliotecas, e leituras mais com foco na práxis bibliotecária.
Para dar o pontapé inicial ou continuar sua jornada de leituras enriquecedoras, confira a lista dos livros que iremos explorar em 2024, com seus respectivos links da Amazon:
- MAIO / JUNHO: “O direito de ler e escrever”
- JULHO / AGOSTO: “A livraria mágica de Paris”
- SETEMBRO / OUTUBRO: “Não aguento mais aguentar”
- NOVEMBRO / DEZEMBRO: “A bibliotecária de Auschwitz”
Engajar-se em uma prática leitora regular não só enriquece a vida pessoal, como transforma o modo como administramos nossas bibliotecas e inspiramos nossos usuários. A leitura é, verdadeiramente, uma janela para um mundo de infinitas possibilidades!
Você pode conferir todos os livros do Clube da Comu através da nossa lista CLICANDO AQUI!